domingo, 26 de setembro de 2010

27-09-10

Curiosamente,
a
três
ou
quatro
dias
atrás,
Bruno
ouviu
os
pássaros
cantarem
estranhamente,
enquanto
esperava
as
ligações
de Vitória que
nunca
chegaram.
Numa
tentativa
desesperada
de
afagar sua paz interior,
nadou
livremente
no
mar
Mediterrâneo
e,
em
pensamento
,
visitou
o
coração
da
amada,
imaginando
poder
desestruturar
o orgulho
que
infelizmente
a
dominava,
causando
repulsa
e
desconforto
contínuo.
De
maneira
inocente,
imaginou
a
cadeira
de
Vitória
posicionada
ao
seu
lado,
no
baile
de
formatura.
Não
escondendo
o
sorriso
que
brotava
em
seu
rosto
pálido
e
avermelhado,
enroscou
disfarçadamente
por
debaixo
da
mesa
suas
pernas,
nas
da
garota.
Sentiu
a
calmaria
daquele
momento
e, de olhos fechados,
brincava
de
identificar
todos
os
detalhes
do
vestido
dourado
que
a
moça
usava.
Bem,
cansado
de
nadar,
Bruno
volta
para
casa.
Seus
pensamentos
estão
confusos
: Por que diabos
Vitória
faria
tamanha
confusão
com
seu
coração?
Por que
ela
houvera
omitido
tantas
palavras
camufladas?
Se
ao
menos
Vitória
tivesse
um
refluxo
e
simplificasse
tudo
o
que
não
foi
feito
naquela
noite;
se
ao
menos
ela
não
permitisse
que
seu
orgulho
engolisse
todas
as
suas
palavras...
Provavelmente
Bruno
estaria
com
o
mesmo
sorriso
dispensado
no
baile
de formatura
.
Provavelmente as folhas secas, jogadas na varanda suja da sua casa, ainda seriam verdes
e
os
lírios
que
ganhou
de
presente,
não estariam mortos.
Talvez
o
casal
estaria
saboreando
o
gosto
amargo
e
doce
do
cacho
de
uvas,
sentados no chão da sala
...
Mas não.
Nada
disso, de fato,
aconteceu.
Hoje
as
palavras
de
Bruno
tendem
aos
melancólicos
e
dolorosos
buracos
que
Vitória
deixou
em
seu
coração.
Os
buracos
mal
cobertos
com
as
palavras
mastigadas,
no
estômago
da
assassina
de
corações
( !!!);
palavras
que
nunca
existiram,
que
nunca
irão
existir.
Hoje,
Bruno
sabe
que
os
ensaios
feitos
foram
muito
mal
planejados,
e
durante
as
próximas
horas
e dias
que
se
seguem,
a saudade do amante têm sido esquecida.
Tanto
quanto
os
planos
que
continuarão
escorrendo
pelo
ralo,
junto
com
a
chuva.
Pobre
Bruno,
o amor não esteve ao seu lado,
mas
eu
sei
que
você
irá
superá-lo.
Antes
mesmo
que
você
imagine.

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