quarta-feira, 23 de junho de 2010

Sonho do ******

Noite passada eu tive um sonho...
Você estava aqui. Não na minha casa, mas na minha cidade.
Era outro lugar, não lembro que lugar, talvez nem o conheça.
Só me lembro de detalhes que achei que, quando acordasse, seriam apenas rabiscos e manchas nas minhas lembranças.
Havia uma janela que ficava à frente de um prédio. Era no alto, pois de onde estávamos, podíamos ver as nuvens. Além disso ventava.
A janela estava semi-aberta, o que proporcionava ao ambiente um ar melancólico de um fim de tarde fresco. O sol estava se pondo por entre as nuvens que formavam uma espécie de escudo, impedindo assim, que os raios solares tocassem os corpos nus que estavam sobre a cama.
Lembro-me de estar encostado, nem deitado, nem sentado, na cabeceira da cama, de costas para a janela.
Você estava por entre minhas pernas, encaixado de uma forma perfeita. Os seus braços envolviam minhas costas, suas mãos na minha nuca...
Você gemia baixo, mas o suficiente para eu, que estava de olhos fechados, sentisse que o momento era especial para ambos.
O movimento era quase que ensaiado, numa velocidade constante...
Nossos corpos então suavam, não o suficiente para molhar os lençõis daquela enorme cama de madeira escura, mas o bastante para que nossa pele deslizasse uma sobre a outra, deixando vestígios de nossos desejos.
Inclinei minha cabeça para tráz, senti um cheiro de terra molhada. O tempo havia passado e agora, pequenas gotas de chuva tocavam suavemente o vidro da janela, produzindo aquele som melódico, nostálgico.
De fora, vinha o som dos carros. Ele não era nada de perto da nossa respiração, agora mais rápida pelo ecstasy do momento.
Sua barba agora roçava meu pescoço.
Mordi sua orelha, enquanto suas unhs estavam passeando por todo o território, agora familiar, das minhas costas. Provavelmente, deixaria marcas no dia seguinte.
Num movimento brusco, levantou minhas pernas e colocou-as sobre seus ombros.
Agora nossos beijos, acelerados, nos deixavam cada vez mais ofegantes.
De repente, percebi sua postura mudar, ao mesmo tempo, de dentro de mim, senti aquela sensação surgindo. Sem que eu pudesse controlar, senti arrepio, frio, calor...Meus olhos fecharam novamente, o ar custava a entrar nos pulmões e, na fração de segundo seguinte, sobre meu corpo jorrava aquele líquido viscoso que ambos aguardávamos seu manifesto.
Não sentia mais nada. Anestesiado, ainda ofegante, pude perceber que nossos gozos foram, como se por acordo, sincronizados.
Podia sentir que ainda esava dentro de mim. Seus braços ainda me envolviam, quando senti minha cabeça girando. Eu precisava permanecer de olhos fechados.
Agora deitados lado a lado, encostei minha cabeça no eu peito e por ali fiquei escutando seus batimentos enquanto recuperava os sentidos.
O vento agora soprava do lado de fora da janela. Havia anoitecido.
Depois de um breve tempo deitados, só me lembro de ouvir sua voz resmungando algo inaudível e eu concordando com a cabeça, ainda de olhos fechados.
E quando senti sua repiração, seu rosto frente ao meu, abri os olhos lentamente.
Você estava sobre meu corpo, inclinado de forma a ficar parado bem sobre meu rosto.
Me deu um pequeno beijo e levantou-se.
Já estava se vestindo, aquela cueca-sunga branca que eu tanto gostava. Estava de costas pra mim, mas me olhando através do grande espelho retangular que ficava ao lado da porta.
-Pizza? Você perguntou, com o celular já nas mãos.
- Uhum...Resmunguei automaticamente, e segundos depois, mesmo sentindo minha barriga roncar, adormeci.
Quando abri os olhos novamente não senti mais sua presença.
Pela janela, mesmo estando fechada, eu percebi, pela claridade, que o sol já deveria ter nascido à algumas horas. Mas eu estava novamente deitado na minha cama, no mesmo quarto onde, neste momento, escrevo estas palavras.
No escuro, sozinho...sem você.


POR http://ideologiadecuerola.blogspot.com

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