domingo, 16 de maio de 2010

Tenho vinte anos, um alargador de 8 mm na orelha esquerda e gostaria de codificar alguns números em uma pequena tatuagem na minha nuca, em forma de código de barras. Uso mochila estampada. Ponho óculos escuros e shorts, antigas calças cortadas, quando faz calor. Por isso nem sempre sou levado a sério - mas pouco me importa. Vivo de ouvir histórias e conto a minha à quem perguntar. Me apaixono, com alguma frequência, por pessoas, coisas, paisagens e exijo reciprocidade. Evito exposição. Do sol, inclusive; quando não estou em festas bem frequentadas e pessoas bem resolvidas. Me arrependo de muitas coisas e não as repetiria, se pudesse. Não posso dizer que só faço o que gosto, mas nunca faço o que não gosto. Só li metade da metade dos poucos livros que tenho. Minha memória é péssima, mas há coisas que nunca serão esquecidas. Gosto de ser subestimado, porque o mundo da voltas. Não sou vítima do inferno astral que, para mim, dura apenas dois meses. Escrevi esse texto sob encomenda. Não disse mentira alguma: aceito o vício e a virtude. Faço questão do H em meu sobrenome. Sem ele, eu não seria eu.

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